Já estamos quase em
meados do segundo governo de Raimundo Colombo em Santa Catarina, e as coisas
não mudaram muito, no que diz respeito à educação, à saúde, à segurança. A
educação continua em processo de falência, a saúde está na UTI e a segurança
não existe.
Muito se fala em cultura, por exemplo, mas de
concreto, quase nada foi feito. Cadê uma política cultural estável, funcional,
que contemple todo o Estado, coisa que está faltando de há muito tempo? O CIC -
Centro Integrado de Cultura, ficou em reforma durante vários anos, e foram gastos
muitos milhões de reais dos cofres públicos. Aliás, as reformas ainda não
acabaram. O teatro do CIC ficou fechado por quase três anos, sem que nada
estivesse sendo feito nele. O “Memorial” Cruz e Sousa, que nunca funcionou,
ficou apodrecendo no tempo por vários anos e, apesar das sucessivas promessas
da Secretaria de Cultura, de reformá-lo e entrega-lo finalmente funcional, nos
últimos tempos, a reforma nem sequer começou: ele continua lá, abandonado. E
assim por diante.
É preciso dar continuidade ao Prêmio Cruz e
Sousa, também, e ao Edital para compra de livros de autores catarinenses para
distribuição às bibliotecas municipais. Trata-se, este último, de uma lei que
há quase vinte anos não vinha sendo cumprida e teve, finalmente, um edital na
gestão de Anita Pires. Precisamos de bibliotecários nas escolas públicas, coisa
que o Estado não tem suprido. Aliás, falta professores, falta equipamento,
falta manutenção, falta salário, falta tudo para a educação catarinense. E
falta integração da capital com a cultura de todo o Estado, mais atenção da
Secretaria de Cultura e da FCC a todas as manifestações culturais catarinenses,
de qualquer cidade catarinense. O que ainda há deve-se a abnegados escritores e
agitadores culturais que, tirando água de pedra, realizam eventos culturais sem
o apoio do Estado.
Na verdade,
precisamos muito de uma política cultural que funcione, que contemple todas as
modalidades de arte. Mas não basta que se estude, que se discuta, que se
planeje, que se faça leis que não são cumpridas, que se prometa, apenas. Temos,
em SC, boas iniciativas que funcionaram, como o Prêmio Cruz e Sousa de
Literatura, que concedeu os maiores prêmios em dinheiro do país, além da
publicação dos livros, para autores não só catarinenses, mas também a nível
nacional. Que ele retorne, nem que seja apenas em nível estadual.
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