Os livros
para colorir,
que estouraram
no gosto do
público, nos
últimos
tempos, me
fazem lembrar
os livros de
fotos com
motivos
específicos,
como animais,
crianças,
pássaros, natureza,
cenas
domésticas,
com pequenos
textos como
legenda:
máximas,
ditados,
pequenos
poemas,
pequenas
prosas
poéticas,
“pensamentos”,
como diríamos
nos anos 70,
etc.
Esse
tipo de livro
vendeu muito e
vende ainda
hoje.
Pois agora
é a vez dos
livros com
desenhos em
preto e branco
para colorir.
Estão vendendo
muito e
fazendo a
alegria de
editoras e
livreiros. Eu,
na verdade,
não sei se
vejo isso como
novidade
alvissareira,
porque há os
prós e os
contras. Vai
haver
quem não goste
do que vou
dizer, mas
nunca
agradaremos a
todos, isso é
uma
verdade
inegável.
O caso é
que quem
compra um
livro de
desenhos para
colorir deixa
de comprar um
livro
literário, com
textos, um
livro para
ler. Ah, mas
algumas das
pessoas que
compram os
livros de
colorir não
comprariam
outro livro.
Tudo bem, mas
há
aquelas
pessoas que
são boas
leitoras e
compram o
livro de
desenhos, sem
texto,
para conhecer
a novidade,
mas deixam de
comprar um
livro com
textos, porque
precisam
escolher entre
um e outro. A
crise em que o
país se
encontra, em
que
nós, cidadãos,
temos que
pagar a conta
de erros e
roubos
homéricos dos
“administradores”
da
coisa pública,
nos obriga a
fazer
escolhas,
porque nem
tudo pode ser
comprado de
uma vez só.
Colorir,
pintar os
desenhos é uma
terapia. É
verdade.
Tamabém é
verdade que há
um
mercado para
todos? Talvez.
Mas temos
visto, em
feiras do
livro, em
livrarias,
as pessoas
escolhendo
entre um e
outro, porque
nem sempre dá
para levar os
dois. E os
livros para
colorir,
frize-se, não
são livros
para crianças,
são
também para
adultos.
Quem sabe
não se pudesse
inserir algun
texto –
pequenos
poemas,
pequenas
prosas, para
incentivar o
hábito de ler,
para que
aqueles que
não eram
leitores
assíduos,
mas aderiram
aos novos
“livros”,
passassem a
ter algum
contato com a
leitura, e
assim fazer um
bom casamento,
de novo, entre
desenho e
texto? Seria
uma maneira
de conquistar
novos
leitores,
aqueles que
foram atraídos
pelos
desenhos, mas
não tinham o
hábito de ler.
Como
fizeram os
autores dos
livros de
fotos, que
associaram as
fotos a
pequenos
textos e
obtiveram o
maior sucesso.
Sucesso que
não foi
divorciado da
leitura,
pois eles
traziam,
incorporados,
prosa ou
poesia.
Fica a
dica. Não
estou dizendo,
absolutamente,
que os livros
de desenhos
para colorir
não são bons.
Mas eles podem
ser melhores,
se ajudarem a
incutir o
gosto pela
leitura. Vamos
colorir a
leitura?
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