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quinta-feira, 29 de maio de 2014

JÚLIO DE QUEIROZ, ESCRITOR MOR

Júlio de Queiroz e Salma Ferraz
 
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Hoje, 29 de maio de 2014, foi o dia do escritor Júlio de Queiroz. O auditório da Academia Catarinense de Letras estava lotado de leitores, amigos e admiradores deste que é um dos maiores, senão o maior escritor de Santa Catarina, sem nem mesmo ser catarinense. Aliás, eu já o naturalizei catarinense em um artigo anterior, pois ele chegou em nosso Estado há mais de quarenta anos, encantou-se com esta terra e nunca mais saiu daqui. Por isso, não há como não considera-lo catarinense.

Júlio apresentou quatro novos livros: “Em companhia da solidão” e “Amor e morte – os dançarinos da vida”, os dois de contos, e “Pelas frestas da caverna”, obra organizada pela escritora Salma Ferraz que reúne suas palestras, discursos esparsos e dispersos em jornais, vídeos, etc. São, conforme a própria organizadora afirma, ensaios com marca de literatura e poesia, que trazem reflexões filosóficas, teológicas, éticas, na tentativa de entender o homem, a literatura, este mundo e sua complexidade. Sem esquecermos o quarto livro, “A mulher na Humanidade”, ensaio.

Fui abraçar Júlio e parabeniza-lo pela obra lançada, claro. Os dois livros de contos eu já havia lido, pois ele mandou entregar-me na porta da minha casa, assim que saíram do prelo. São obras primas do talentoso amigo escritor. Então queria conhecer o de ensaios, “Pelas Frestas da Caverna”, que era novidade para mim, pois ele, Júlio, nem falara dele em nossas conversas, acho que queria fazer surpresa. E fez.

Assisti à sessão solene da Academia, em homenagem ao Júlio, fiquei para o coquetel, revi amigos e conheci escritores que eu não conhecia ainda pessoalmente, como a Salma Ferraz e depois peguei os livros e vim embora, pois queria abrir o novo livro e saber o que ele continha, pois vindo de Júlio de Queiroz, só podia ser coisa muito boa.

Já comecei a ler “Pelas Frestas da Caverna” e a expectativa só se confirma: é muito bom. E a surpresa: o livro fecha com uma “Homenagem a Júlio de Queiroz”. Assinada por quem, adivinhem? Pois então, por este que vos escreve. A organizadora achou um artigo que escrevi quando da entrega do Prêmio Vilson Mendes de Literatura, pela Academia Desterrense de Letras, em 2012, e publicou. O artigo falava do meu constrangimento por ter perdido a homenagem a  Júlio, por ter confundido a data. E mencionava a minha admiração ao amigo e grande escritor, pessoa humana incrível, homem culto e carismático.

Então agradeço à organizadora por me fazer presente na obra de Júlio, uma honra que talvez eu nem merecesse.

 

domingo, 25 de maio de 2014

SOBRE JORNALISMO DE OUTRORA, FEIRAS DO LIVRO, ETC.


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

 

Desde os tempos dos Diários Associados de Santa Catarina, mantive colunas em diversos jornais: sobre música, sobre cultura, sobre literatura, etc. Algumas delas, diárias, e haja fôlego e tema para escrever todos os dias, chovesse ou fizesse sol. Eu achava engraçado o fato de, andando pela rua, algumas pessoas me cumprimentarem, como se me conhecessem. É que saía, diariamente, uma foto minha no cabeçalho das colunas. Como hoje em dia todos os jornais fazem.

Na minha viagem a Portugal encontrei pessoas que achavam que me conheciam, mas na verdade tinham visto foto nas crônicas que publico em diversos jornais pelo mundo afora, inclusive lá, e na internet, também.  
                                                                                                                                                         Então deu saudade das antigas colunas e, ao invés de fazer uma crônica sobre determinado assunto, vou falar um pouquinho sobre dois ou três.                                                                                                                                                        A sétima Feira Catarinense do Livro, que aconteceu de meados a quase fim de  maio, no Largo da Alfândega, foi uma vitória, pois o município não queria mais que o evento fosse realizado no lugar onde esteve por tantos anos. A imprensa botou o assunto em pauta, publicou sobre a dificuldade da Câmara Catarinense do Livro em continuar realizando a feira. Eu também entrei na briga e publiquei artigo falando do desmantelamento da feira, que vem diminuindo de tamanho há muito tempo, tendo se transformado em mera oferta de livros, sem nenhuma atração extra, o que a descaracteriza, pois há que haver discussão, debate, encontro de produtores de literatura. Outras feiras pelo Estado crescem, como a de Joinville e Jaraguá do Sul, enquanto a de Florianópolis cada vez tem menos apoio. E ela precisa de apoio do município, do Estado, da União, da iniciativa privada, para que possa reunir os escritores da terra e grandes nomes da cultura brasileira para discutir literatura. Eu participei, fiz lançamentos de livros com a Urda, de Blumenau, e com o Júlio Queiroz, nosso contista maior, que está com dois livros novos.

Não conseguimos o lugar que a feira do livro sempre ocupou no Largo da Alfândega, mas ela ocupou um pequeno espaço ao lado daquele que ocupava, bem no meio do fluxo, anteriormente. Dos males do menor. A feira não acabou e quem sabe agora, que chamou a atenção de todos, da administração da capital, do governo catarinense, volte a crescer. Precisamos continuar cobrando. Se o Estado tem quatro milhões para dar para a festa da Fifa, no Costão do Santinho, como é que não tem verba para a feira do livro, que é cultura?

Quem queria um lugar onde fosse oferecida uma boa gama de opções para a compra de livros, a feira estava lá. De tamanho menor que as anteriores, sem justificar quase nada o título de “Feira Catarinense do Livro”, mas estava lá, com a voa vontade do pessoa CCL. Como sempre, o que se vendeu mais foram os livros infantis e infantojuvenis. Mas os livros infantis vendidos são as fábulas antigas, tradicionais e importadas, que não têm direitos autorais para pagar a ninguém e por isso mesmo são impressos em grandes tiragens, com poucas páginas e por isso mesmo, podem ser vendidos a um, dois, cinco reais cada e engordam as estatísticas de vendas. Menos mal que estamos comprando livros para colocar nas mãos de leitores em formação. Só precisamos tentar melhorar a qualidade destas compras.

E o tempo precisa definir melhor as estações do ano. (Ou será que somos nós, seres humanos, que precisamos dar condições à natureza de voltar ao seu ciclo natural?) Sei que não é a natureza a culpada disto. Os jacatirões de inverno, que florescem em junho, julho, já estão carregados de botões se abrindo. Na dúvida, devem pensar eles, digamos que já é inverno e dá-lhe florescer! E as onze-horas nem ligam pra estação e florescem escancaradamente. Mas o frio finamente chegou e as tainhas também. Antes tarde do que nunca.
E, mudando de saco pra mala, recebo de uma amiga brasileira que vive no exterior, uma apreciação de quem está vendo de fora o panorama das publicações literárias e culturais no Brasil. Ela percebe que as revistas e jornais publicados por pessoas ou grupos ligados à cultura, mas que não têm nenhum apoio da “cultura oficial”, são na verdade quem dão impulso ao desenvolvimento da literatura brasileira. Que bom que essa constatação vem de quem está observando tudo de fora, por alguém que é do meio. Porque alguém precisa ver isso, para que se resgate a nossa cultura, que anda tão em baixa ultimamente.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

ABRAÇO


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

O dia vinte e dois de maio é o Dia do Abraço. Nem sabia que existia, mas uma mensagem no Face, postada pela mana Sandra, me chamou a atenção: “Queria te dar um abraço apertado. Feliz Dia do Abraço neste dia 22.”

Pois eu queria dar um abraço nela, também, e em tanta gente... Pessoas queridas que estão longe ou que não estão mais aqui... Minhas filhotas, por exemplo, que levantaram voo do ninho e estão tão longe... Daniela, a bailarina, está morando em Lisboa, fazendo mestrado na sua área. Fernanda, a fisioterapeuta está em Ribeirão Preto, São Paulo, onde mora com o marido. Ainda bem que em junho elas vêm de visita e poderei abraçá-las, que sempre é dia para abraçar.
A comunicação hoje é tão fácil, podemos falar com qualquer pessoa, esteja ela onde estiver. Mas a presença, o abraço, o olho no olho, isso tudo é insubstituível. Se não podemos estar próximos, para nos abraçarmos, vale, é claro, falarmos e até nos vermos, com toda a tecnologia que há hoje.

Mas não poder abraçar as pessoas porque estão muito longe me dá um pouco de tristeza, porque me lembro da nossa Vó Mariana, que morava em Joinville. Ela, com seus noventa e tantos anos era uma poetisa atuante e todos os poetas da cidade eram seus netos. Todos a chamavam de Vó. Um dia, lá no final dos anos noventa mudei para Florianópolis. De vez em quando eu voltava para o norte do Estado e a procurava. Num certo dia, cheguei em sua casa, bati na porta e uma pessoa atendeu. Ela estava descansando e eu pedi que não a acordasse. Na minha ida a Joinville depois disso, procurei-a novamente, para dar-lhe o abraço e o beijo atrasados, mas me comunicaram que ela não estava mais conosco.

Então aprendi que nunca se deixa um abraço para depois. Braços são para abraçar. Sempre. E quando a gente abraça alguém, fica com dois corações no peito, já perceberam?
Amigos, gente querida de qualquer lugar, onde quer que estejam agora, considerem-se abraçados. Neste dia vinte e dois e em qualquer outro dia.

domingo, 18 de maio de 2014

OS ESCRITORES E OS LIVROS ELETRÔNICOS


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Vejo, no noticiário, que o crescimento da venda de livros eletrônicos, nos últimos tempos no Brasil, está maior do que as vendas nos Estados Unidos, quando do “boom” daquele produto.
E existe previsão de que cresça ainda mais, de 1,17% para mais de 2,5%, por conta do total do faturamento do mercado editorial brasileiro. Até porque foram vendidos, no Brasil, em 2013, 8 milhões de tablets e 35 milhões de smartfones, aparelhos que podem ser usados para a leitura de e-books, além dos e-readers específicos para esse fim.
Outra coisa que deve aumentar a venda de e-readers e de e-books, consequentemente, é a modificação na lei da Política Nacional do Livro, que deve ser aprovada brevemente e que inclui, na isenção de impostos para livros, os equipamentos cuja função exclusiva ou primordial seja a leitura de textos em formato digital.
Com toda essa revolução em ebulição, nós, escritores, além das editoras, precisamos atentar e pensar em aderir ao e-book, o livro eletrônico. Precisamos fazer isso porque o livro tradicional, impresso em papel, vai acabar? Não, isso não vai acontecer tão cedo. Vai demorar bastante para o livro eletrônico equiparar ou suplantar o livro como o conhecemos até agora. Talvez isso nem aconteça.
Mas nós, que publicamos livros, precisamos entrar nesse novo mercado e, além do livro impresso, é bom pensar em providenciar também a versão eletrônica, para conquistarmos também os leitores que já estão usando os e-readers, os leitores dos e-books. Mesmo aqueles escritores que se consideram alternativos.
A verdade é que muitos de nós já publicava, desde meados da década passada, seus livros em versão eletrônica, colocando-os na internet, para serem baixados de graça. Ninguém cobrava nada. Agora é hora de começar a pensar em colocar os livros em lojas virtuais, tentar vendê-los, pois o preço de um livro eletrônico é bem convidativo, menor do que o preço do livro impresso e isso pode significar alguma venda. E as gigantes mundiais das vendas on-line já aportaram no Brasil, então, há que não se perder tempo.
Estou agourando, com isso, o fim do livro tradicional? Não, porque como já disse, isso não vai acontecer. O índice de venda dos livros eletrônicos, dentro do universo da venda de livros em qualquer formato é, como já vimos, bem pequeno. E nos Estados Unidos já estacionou. Então, o livro de papel, manuseável, aquele que prescinde de qualquer fonte de energia a não ser a nossa vontade de ler, vai continuar, sim, por muito e muito tempo.
Mas é necessário que nos adaptemos às novas tecnologias, que podem caminhar paralelas aos recursos que já existiam e que continuarão existindo.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

LANÇAMENTO NA FEIRA CATARINENSE DO LIVRO


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Vou fazer o lançamento de meu livro infantil, FLEXA DOURADA, assim como de um livro de crônicas – O RIO DA MINHA CIDADE, menção honrosa nos Prêmios Literários Cidade de Manaus e um de poemas, NAÇÃO POESIA, antologia poética dos meus trinta anos de caminhada, na Feira Catarinense do Livro, em Florianópolis, no Largo da Alfândega, nesta sexta, dia 16 de maio, às 10 horas. Eu e o Júlio de Queiroz, um dos nossos maiores escritores, que apresentará seus dois novos títulos, AMOR E MORTE e EM COMPANHIA DA SOLIDÃO. Sim, na Feira Catarinense do Livro, que está acontecendo no Largo da Alfândega.

Pois é, apesar das dificuldades impostas pelo município, que não queria mais a realização da feira catarinense do livro no Largo da Alfândega, colocamos a boca no trombone, a Câmara Catarinense do Livro foi à luta e conseguiu-se que o evento seja levado a efeito, como nos últimos quatro anos e antes ainda, com a feira do livro de Florianópolis.

Publicamos artigo a respeito, há algumas semanas, com o título “Como acabar com uma feira do livro”, aqui no ND e também em alguns jornais pelo Brasil. Felizmente o Iphan liberou o espaço no Largo da Alfândega e a feira do livro volta ao seu lugar tradicional, até porque é o melhor local, já que fica no caminho do público que sai dos terminais e vai para o centro da cidade e vice-versa. O Largo da Alfândega fica no meio do fluxo de pessoas.

O que falta é o apoio do município, do Estado, da União e da iniciativa privada, para que as feiras do livro de Florianópolis cresçam e deixem de ser apenas e unicamente oferta de livros. Não que a oferta de livro não seja importante, em absoluto. Tudo o que puder incentivar a leitura é importante, mas feira do livro tem que ser, também, debate, discussão a respeito de literatura, encontro de fomentadores da cultura. Feira do livro tem que ser mais, precisa ter a participação de personalidades do meio literário e cultural de fora, para que haja integração, atualização, troca de ideias com os produtores de cultura e de literatura de outros pontos do país.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

FLORIPA LETRADA


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Vi, recentemente, uma matéria sobre o Projeto Floripa Letrada, que conta com estantes em três terminais de ônibus de Florianópolis, incluindo o do centro, com livros para que os usuários do transporte público possam pegá-los, lê-los para depois devolver ao mesmo lugar de onde os levaram.

A matéria mostrou o preposto da Secretaria de Cultura da capital dando entrevista com uma estante do Floripa Letrada de fundo, onde alguém acomodava livros, clássicos da literatura brasileira como “Memória de um Sargento de Milícias”, livros infantis, romances de autores estrangeiros e outros. A matéria enaltecia o fato de a iniciativa do projeto proporcionar boa leitura para a população de Florianópolis, inclusive com entrevistas de leitores.

A intenção do projeto foi muito boa, ele existe há alguns anos, no início realmente havia livros literários, eu até colaborei com mais de uma centena de livros. Até porque o projeto vive de doações. Mas a verdade é que faz bastante tempo só se vê um livro de literatura infantil, brasileira ou estrangeira, muito raramente. O que tem nas estantes, quando tem, são livros didáticos – muitas deles defasados – e livros técnicos, também quase sempre desatualizados. Livros que estão, na sua maioria, novos. Por que livros didáticos, pagos com dinheiro público pelo Ministério da Educação, não foram parar na mãos de estudantes da escola pública e agora, depois de ficarem guardados em algum lugar estão sendo desovados no Projeto Floria Letrada? Posso dizer isso com segurança, porque uso o transporte público e transito pelas plataformas do terminal do centro, então vejo quase todos os dias os livros que estão nas estantes, quando há algum lá. E não são livros literários.

De maneira que ficou meio forçada a colocação de livros de literatura infantil, de literatura clássica brasileira e de autores internacionais, apenas para aparecerem na matéria. Acho a ideia muito boa e gostaria que as estantes estivessem lotadas de bons livros a disposição dos usuários dos terminais urbanos, mas essa não é a realidade.

A matéria tinha o objetivo de divulgar a expansão do projeto para as escolas. Torço para que realmente o Floripa Letrada chegue até as escolas, pois muitas delas realmente não têm biblioteca. Mas não com livros como os que têm sido disponibilizados nos terminais do centro, nos últimos anos.

E, frise-se, o desabafo não é com a intenção de acabar com o projeto. O propósito é, isso sim, sensibilizar os responsáveis no sentido de arrecadar livros de literatura verdadeiros para os leitores, e não os didáticos velhos que nem sempre podem ser utilizados, pelas mudanças que são feitas no nosso ensino, obra de nossos governantes e também pela mudança de ortografia.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

FEIRA DO LIVRO NO LARGO DA ALFÂNDEGA



   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Vou fazer o lançamento de meu livro infantil, FLEXA DOURADA, na Feira Catarinense do Livro, em Florianópolis, no Largo da Alfândega, no dia 8 de maio, quinta-feira, às 15 horas. E e a Urda Alice Klueger, a romancista mor de nosso Estado. Sim, na Feira Catarinense do Livro, que vai acontecer no Largo da Alfândega.

Pois é, apesar das dificuldades impostas pelo município, que não queria mais a realização da feira do livro no Largo da Alfândega, colocamos a boca no trombone, a Câmara Catarinense do Livro foi à luta e conseguiu-se que o evento seja levado a efeito, como nos últimos quatro anos.

Publicamos artigo a respeito, há algumas semanas, com o título “Como acabar com uma feira do livro”, em jornais aqui do Estado e também em alguns jornais pelo Brasil. Felizmente os responsáveis pela liberação do espaço no Largo da Alfândega voltaram atrás e a feira do livro volta ao seu lugar tradicional, até porque é o melhor local, já que fica no caminho do público que sai dos terminais e vai para o centro da cidade e vice-versa. O Largo da Alfândega fica no meio do fluxo de pessoas.

Agora o que falta é o apoio do município, do Estado, da União e da iniciativa privada, para que as feiras do livro de Florianópolis cresçam e deixem de ser apenas e unicamente oferta de livros. Não que a oferta de livro não seja importante, em absoluto. Tudo o que puder incentivar a leitura é importante, mas feira do livro tem que ser, também, debate, discussão, encontro de fomentadores da cultura. Feira do livro tem que ser mais, precisa ter a participação de personalidades do meio literário e cultural de fora, para que haja integração, atualização, troca de ideias com os produtores de cultura e de literatura aqui da terra.

domingo, 4 de maio de 2014

A CULTURA E A LÍNGUA PORTUGUESA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br                                                          


Dia 5 de maio é o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura. Se pensarmos na beleza e na importância da nossa língua portuguesa, temos tudo a comemorar. O português é falado por mais de 280 milhões de pessoas no mundo. É a quinta língua mais falada no mundo, a terceira mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul da Terra. E é a língua que tem a palavra “saudade”, nascida em Portugal, nosso avozinho.

Já no que diz respeito à cultura, é um dia difícil de comemorar, já que temos um Ministério da Cultura que não consegue aplicar com sucesso uma prova como o Enem, prefere abordar as histórias em quadrinhos, nessa mesma prova, ao invés da literatura brasileira, comprou milhares de um livro, para distribuir às escolas públicas, que sugere que esqueçamos as boas regras gramaticais para ler e escrever, há pouco tempo, e assim por diante.

Como comemorar o Dia da Cultura, num país onde temos poucas livrarias, poucas bibliotecas, onde o preço do livro é um tanto quanto alto? Onde o conteúdo programático das escolas públicas não privilegia espaço para a literatura, para que se incentive o gosto pela leitura? Pelo contrário, como há muito pouco espaço para a literatura, os professores exigem a leitura de um ou outro clássico com a condição da nota, o que faz com os leitores em formação acabem criando aversão pelos livros.

Difícil comemorar esse dia, quando nossos governantes dão tão pouca atenção e pouco apoio à cultura em todos os níveis. Editais de cultura vão ficando cada vez mais raros, eventos de cultura popular não tem espaço para acontecerem – na capital catarinense o maior teatro do estado ficou fechado por mais de três anos, sem que nada tivesse sido feito nele – e o ensino público está falido, com professores mal pagos, escolas caindo aos pedaços, sem equipamentos, sem manutenção.

Sei que parece muito pessimismo, mas a realidade é essa. A cultura é muito pouco assistida tanto pelo Estado, como pela União, como pelos municípios, em alguns casos.

Espero que esse quadro mude e que possamos comemorar essa data, num futuro próximo, com o começo do resgate da cultura. Aliás, o Brasil precisa resgatar a educação. Que cultura terá um país que não tem educação?