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segunda-feira, 16 de julho de 2012

O LIVRO BRASILEIRO

   Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Comparando as listas de livros mais vendidos de duas das grandes revistas semanais de informação brasileiras, chamou-me a atenção o fato de que na categoria ficção, não há nenhum livro de autor brasileiro nas primeiras dez colocações. Na categoria "não-ficção" até há alguns, mas daí, é claro, não estamos falando de literatura - esses livros falam de auto-ajuda, política, moda, etiqueta e até história. Nos dez livros infantojuvenis mais vendidos, de novo, nenhum autor nacional.


Isso é uma evidência de que o leitor brasileiro, que já não lê tanto quanto deveria, seja pelo preço do livro, seja pela educação ou falta dela, não gosta de ler os autores da terra.

E a ausência de escritores brasileiros entre os mais lidos é comum, em qualquer época. Lá de vez em quando aparece um, mas na maior parte das vezes é na categoria não-ficção.

Por que será que brasileiro compra quase só livros importados? Por que são melhores? Temos obras de escritores nacionais melhores do que muito enlatado. Mas é claro que quem só lê autores estrangeiros não sabe, porque não leu o autor da terra e não pode comparar.

Talvez porque o livro importado tem muito mais divulgação, já vem com o pacote completo e com status de best seller. Há, até, leitores que só compram os livros que estão na lista dos mais vendidos. E sabemos que a compra, em muitos casos, é influenciada por essas listas, que queremos crer sejam honestas e não tentem apenas induzir o leitor a comprar.

As editoras brasileiras deveriam, talvez, trabalhar mais as obras de escritores da terra. Mas se é tão mais fácil vender os enlatados, que já vem com um rastro de sucesso - que nem sempre é verdadeiro - para que gastar energia e dinheiro com os daqui?

Não que alguns dos livros estrangeiros não tenham valor, mas o livro é negócio para as editoras e elas dão preferência para aqueles que as diversas mídias ajudam a divulgar. Sem despesa para elas.

Nós, leitores, deveríamos ser menos sugestionáveis e dar mais valor à prata da casa, que pode ser melhor que o enlatado.

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