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quarta-feira, 18 de abril de 2012

VENDA DE LIVROS INVENDÁVEIS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Já falei algumas vezes do Projeto Floripa Letrada, aqui de Florianópolis, no meu blog. O projeto consiste em colocar à disposição dos usuários do transporte coletivo da capital, em pelo menos três terminais – um deles o do centro – estantes ou armários com livros recebidos em doação. As pessoas que transitam pelos terminais podem pegar os livros para ler ali mesmo no terminal, enquanto esperam, ou podem levá-los para casa. O objetivo é que os livros retornem ao projeto, para que outras pessoas possam usufruir deles. O que não acontece, infelizmente.

A verdade é que há quem pegue livros às pilhas, mas nem sempre é para ler. Já conversei com donos de sebos que me confessaram que já tiveram ofertas de livros para compra e revenda que tinham o carimbo do projeto Floripa Letrada. O que quase fez o projeto ser suspenso, pois escrevi a respeito e a crônica foi lida por alguém próximo ao prefeito.

Mas hoje aconteceu algo mais grave ainda. Uma pessoa próxima foi abordada no centro de Florianópolis, convidada a comprar livros que reverteriam em prol de uma associação de ajuda a filhos de presidiários. A pessoa interpelada, sensibilizada, comprou um livro de Cristóvão Tezza, por cinco reais, pensando estar a fazer uma boa ação. A chegar em casa, folheando o livro, encontrou carimbos do Projeto Floripa Letrada, da Prefeitura de Floripa, indicando, inclusive, que os livro não poderia ser vendido.

Então, infelizmente, constata-se que estão pegando os livros do projeto para vender, ainda. Como não deu certo com os sebos, estão enganando as pessoas de boa fé, contando histórias tristes e vendendo livros que não podem ser vendidos.

Muito triste isso. Pegar o livro no projeto, levar para ler e não devolver já é uma falta de respeito, pois o aluguel é gratuito e prevê a devolução. Mas pegar livros aos montes para vender, enganando as pessoas, aí é demais.

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