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domingo, 17 de abril de 2011

O "INTERNETÊS" NA ESCOLA

          Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Vi, recentemente, na tv, um trecho de entrevista com um professor de português, até bastante conhecido por suas publicações sobre o bom uso da língua. No trecho que vi – infelizmente peguei só o final – o entrevistador dizia a ele que estavam querendo incluir nas aulas de português o estudo do “internetês” – aquele “dialeto” que os jovens usam em redes sociais, no MSN, nos celulares, chats, etc., tudo abreviado de maneira que, às vezes, só eles entendem.

E o professor respondeu que espera que isto não seja verdade, pois os estudantes já têm muita dificuldade com o uso da língua portuguesa como ela deveria ser falada e escrita, imaginem se institucionalizarmos o “internetês”, o completo abandono da gramática, levando essa liberalidade para a escola?

Pois é. O conteúdo programático das nossas escolas de primeiro e segundo grau já não contempla as aulas de português com horas-aulas suficientes para ensinar a gramática e os professores ainda precisam embutir aí aulas de literatura e leitura. Então todo o trabalho – bom trabalho feito por alguns professores da escola pública – pode ser tolhido e jogado por terra com a abordagem de um modismo que ao invés de ajudar o ensino e o uso da língua, vai fazer justamente o contrário?

É até natural que nossos jovens criem e usem uma linguagem própria deles para facilitar a interatividade com o uso de tantas novas tecnologias na comunicação virtual, afinal a gíria existe ha muito tempo, é um recurso linguistico válido. Mas isso não justifica que se leve uma sublinguagem para a sala de aula, que se legalize uma forma de desestruturar as regras de bem escrever o português.

Se misturarmos as coisas mais do elas já estão misturadas, aí sim a língua portuguesa corre o risco de ficar muito mais comprometida e mudanças na ortografia, como a que tivemos recentemente, terão ainda menor importância ou necessidade do que na verdade já teve.

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