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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O TRANSPORTE COLETIVO E O DINHEIRO PÚBLICO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Ano novo, tarifa nova do transporte coletivo de Floripa. A questão já foi lançada: vai aumentar a passagem de ônibus. Sem nem considerar que o último reajuste já chegava a um patamar muito alto, volto a lembrar que as tarifas cobradas pelo transporte urbano na capital catarina são as mais caras do país, levando em conta o tamanho do percurso total de cada linha e outros detalhes mais. Há linhas em que o trajeto não chega a cinco quilômetros, como o Corredor Continente, antigo Jardim Atlântico, que custa R$ 2,95 – deve ir para RS 3,10, conforme notícias veiculadas no meio da semana.
E, seria irônico se não fosse vergonhoso, a capital catarinense é o único lugar onde as empresas de ônibus ganham um “subsídio” de um milhão de reais mensais – a última vez que a imprensa divulgou o valor era esse, agora talvez já seja mais. Isso mesmo, as empresas ganham, de mão beijada, um bônus, um trocado de um milhão de reais.
E que dinheiro é esse? É o imposto que pagam os mesmos cidadãos que usam o transporte urbano que custa tão caro. Quer dizer, pagam duas vezes, porque além do preço da passagem, o dinheiro dos impostos, que também não são baratos e são tantos, que deveria ser usado em obras de melhoria na cidade, vai para as empresas de ônibus.
Se tivéssemos bons ônibus, em quantidade ideal, em horários suficientes, tudo bem. Mas na última vez que as passagens subiram, suprimiram linhas, diminuíram horários e pioraram ainda mais o que já não estava bom. Os usuários das linhas suprimidas tiveram que passar a usar outras linhas, aumentando ainda mais a lotação dos ônibus que circulam nos horários de pico.
Os horários dificilmente são cumpridos. Há linhas nas quais o ônibus deve passar de vinte em vinte minutos, mas a gente fica esperando por ele durante meia hora.
E o poder público ainda fala que o povo deveria usar ônibus e deixar o carro em casa, para melhorar a mobilidade na cidade. Quem fiscaliza esse estado de coisas?
Como disse o colunista Carlos Damião, “é preciso tratar o transporte coletivo como questão pública, não como negócio privado.”
E para isso precisamos de uma administração pública eficiente, que faça o que a cidade precisa e não o que dá lucro para uns e outros.

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