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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

APROVAÇÃO AUTOMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Primeiro foi a mudança na duração do ensino fundamental, que passou de oito para nove anos. O governo, que dita as regras da educação brasileira, incluiu o pré no primeiro grau, com a desculpa de que algumas crianças mais carentes não podiam fazê-lo. A intenção poderia até parecer boa, mas aproveitaram para mudar também a sistemática de alfabetização, que até então tinha sido tão eficiente: pelas novas diretrizes, ensina-se aos pequenos primeiro o “abc” em letra de forma (ou de imprensa) – maiúscula - , depois dá-se sílabas a eles para formarem palavras, mesmo que eles não façam ideia do que significa o amontoado de letras. Eles aprenderão a ler por “repetição”, por insistência na visualização. Nada das famílias de sílabas, que sempre funcionaram tão bem.
E dessa maneira, as crianças têm muito mais dificuldade para aprender a ler e escrever e é comum encontrarmos, atualmente, alunos de segundo e terceiro anos do primeiro grau que não sabem, ainda, formar palavras ou reconhecê-las, nem sabendo escrever com letra cursiva.
Para completar o quadro, o Conselho Nacional de Educação acaba de editar novas regras curriculares para esse mesmo ensino fundamental, já tão combalido: ele “recomenda fortemente” que nenhuma criança seja reprovada a partir de 2011. Ora, se está, comprovadamente, havendo dificuldade na alfabetização por ter havido mudança no sistema de ensino, implantar a aprovação automática vai piorar ainda mais as coisas, e vamos ter mais analfabetos funcionais, pessoas que nem conseguirão chegar à faculdade.
É isso que nossos governantes querem? O ensino, a educação no Brasil estão mesmo condenados à falência, pois ao invés de se investir mais nesse setor, cada vez conseguem deixá-lo pior, sem contar que pagam muito mal os professores e as escolas públicas são mal cuidadas.
Será porque interessa que as pessoas se contentem com o bolsa família e votem nesse governo que aí está? Não é a toa que o mesmo partido continua no poder...

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